Crítica Big Boys S3: a hora da despedida

Costumam dizer que tudo que é bom dura pouco. Pode não ser sempre assim, mas certamente é o caso da série britânica Big Boys, de Jack Rooke, que acabou em sua terceira temporada, com todas elas tendo apenas seis enxutos episódios cada.

Foi uma jornada que nos apresentou a linda amizade de Jack (Dylan Llewellyn), Danny (Jon Pointing), Corinne (Izuka Hoyle) e Yemi (Olisa Odele), além de dar muito espaço para a família de Jack, que é composta em cena por Peggy (Camille Coduri), Shannon (Harriet Webb) e Nanny Bingo (Annette Badland); e para Jules (Katy Wix), a funcionária da universidade onde boa parte da história se passa.

Sim, são muito nomes para um parágrafo só. Todavia, é fato que seria injusto deixar alguém de fora, pois os personagens são marcantes e com personalidades distintas e envolventes.

O peso de dar um destino adequado para pessoas tão apaixonantes pode ser sentido na tela. Ainda que bonita e indispensável, a comédia dramática pareceu mais preocupada em não desapontar o público na reta final — grandes spoilers abaixo.

O terceiro ano começa com o episódio My Big Fat Gay Greek Holiday, no qual o elenco vai se divertir na Grécia. Toda a situação é um tanto estranha porque é mais solar e inclinada a formar pares românticos, algo que não casa bem com a narrativa de Big Boys. Entretanto, é compreensível a proposta e, sejamos francos, vale como um ponto de convergência das pessoas e formação de uma memória afetiva diferente do que vimos até então.

De volta ao Reino Unido, a série retoma seu tom habitual. A impressão que fica é de que as risadas são mais esparsas do que nos anos anteriores. Ainda assim, elas são eficazes.

O primeiro personagem do qual nos despedimos é Yemi, ainda no meio da temporada. Depois, Corinne. Por fim, sobram os coprotagonistas Jack e Danny.

O capítulo derradeiro é surpreendente. Começa com Jack, o criador da atração, dizendo que Danny se suicidou, mas não era o que ele queria de fato e a história a ser contada neste fim seria diferente, ele seria salvo.

A responsável por resgatar Danny de destino tão triste? Jules, que ganha um destaque interessante no momento que todos esperariam ter mais holofotes para Jack, o personagem.

Assim como em tantos outros momentos, a comédia dramática nos faz intercalar choro e riso. Igualmente ressaltado no título da crítica da segunda temporada, é uma série profundamente humana.

Humana, sensível, engraçada, por vezes inesperada. O que falar da graduação de Jack e Corinne? É de dar gargalhadas quando Jules começa a ler os nomes dos formandos da maneira mais doida possível. Então Jack conhece sua jornalista favorita e diz que ela é seu peixe morto.

São momentos como esse que fazem de Big Boys uma série com humor único. Se você reunir os capítulos de todas as temporadas, perceberá que está diante de um material que se sobressai. Num mundo tão automatizado e padronizado, é bom ver quando pulsa um coração de verdade.

Nota (0-10): 8

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