Uma morte misteriosa. Vários suspeitos. Uma família podre de rica que se vende como perfeita, mas é apenas fachada para muitos conflitos internos.
A trama da minissérie The Perfect Couple, uma adaptação de Jenna Lamia que tem como base o livro de mesmo nome de Elin Hilderbrand, está longe de poder ser considerada original.
A trabalho exibido na Netflix tem seis corretos episódios, todos dirigidos por Susanne Bier. Digo corretos porque não dão tempo de nos cansar, fazer perdermos o interesse, apesar de nunca alçarem voos promissores também. Talvez uma boa medida dessa regularidade seja a nota dos capítulos no IMDb, atualmente todas oscilando entre 6,9 e 7,3, em sua maioria cravadas no 7.
Para o bem e para o mal, é uma atração feijão com arroz. O que quero dizer com isso: mais do mesmo, aquilo que temos o costume de consumir. Nada edificador, é fato, mas pelo menos um feijão com arroz bem preparado, melhor do que se quisessem fazer uma lasanha e de alguma forma falhassem miseravelmente — talvez não o melhor exemplo, já que é difícil estragar qualquer coisa que basta encher de queijo para consertar.
O grande chamariz, óbvio, fica por conta da presença de Nicole Kidman, que aqui vive a matriarca Greer Garrison Winbury. Anos atrás, a atriz havia se comprometido publicamente a trabalhar com diretoras mulheres pelo menos uma vez a cada 18 meses. Tem cumprido a promessa, sendo este um dos casos.
Nos últimos dias, tem-se comentando se ela anda fazendo muita televisão e apenas papéis similares. Parece-me injusto esse escrutínio capenga, principalmente num momento que ela leva o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza.
Todavia, é fato que The Perfect Couple serve quase como guilty pleasure mesmo. A parte da culpa pode ficar de fora porque a própria minissérie não se leva tão a sério assim — um bom exemplo disso é a dancinha cringe que o elenco performa na vinheta de abertura da atração, um troço digno de novela da Globo.
Fato é que abraçar a mediocridade tem seus méritos. A gente não espera nada demais, a produção entrega nada demais, todos saem satisfeitos com o acordo.
Esse é o ponto: espere pouco e seja recompensado.
Nota (0-10): 5
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