Jo Ericsson (Noomi Rapace) é uma astronauta europeia a bordo da Estação Espacial Internacional quando ocorre um grave acidente. O completo caos se instala durante o teste de um experimento que pode ser revolucionário e os momentos de tensão são o ponto de partida da narrativa de Constellation, série criada por Peter Harness.
A obra televisiva conta, em sua primeira temporada, com 8 episódios que são o resultado de um grande esforço para deixar o público constantemente intrigado.
O maior chamariz é, sem sombra de dúvidas, a presença de Rapace, atriz familiarizada com obras que lidam com o fantástico, como os filmes de terror belamente fotografados Lamb e You Won’t Be Alone e a ficção científica Prometheus. Aqui, o trabalho de Rapace é sólido e traz a força necessária para a personagem, que volta para o planeta Terra e percebe que nem tudo está como era antes — grandes spoilers da trama a partir daqui, não continue se não quiser saber.
A parte boa do roteiro é que não fica enrolando muito para abrir o jogo sobre o fato de que a Jo que voltou não ser a mesma que foi ao espaço. Logo é constatado que o experimento na estação espacial surtiu efeito e de alguma forma a protagonista trocou de lugar com uma outra versão dela em um universo paralelo.
Até aí sem problemas, algo fácil de compreender. Todavia, a atração começa a complicar mais e mais a situação e muitas perguntas ficam sem resposta.
Por exemplo, Irene (Barbara Sukowa) e Henry (Jonathan Banks, ator sem força dramática) também já trocaram de universos, no passado. O que desencadeou tais situações?
Quando o corpo de Irene bate da estação, podemos entender como se ele tivesse vindo de outra realidade paralela. Isso quer dizer que as passagens são corpóreas, não apenas da mente. Isso faz sentido na segunda troca de Henry, já na reta final da temporada?
Voltando-se para a questão da cabana onde Alice (Rosie Coleman) se esconde no armário. Estamos falando de um terceiro ou mais universos sendo apresentados ou uma viagem ao futuro ou ao passado, após o lugar ter sido abandonado há algum tempo? A situação de sair caminhar no lago congelado e chegar ali é um tanto estranha. A conversa entra as duas Alices pelo brinquedo de gravação é pior ainda.
Toda série alicerçada em mistérios deve saber quais cartas mostrar e quando mostrar. Fica a impressão de que Constellation não deu uma quantidade satisfatória de respostas para o que apresentou. Para piorar, no último capítulo, ainda conseguiu confundir bastante a audiência com as idas e vindas entre as diferentes realidades.
Num mundo mais deserto de opções, eu conseguiria ver a série ganhar uma base sólida de fãs prontos para mais temporadas. Entretanto, no atual universo superpovoado de produções de TV em que vivemos, Constellation parece ser, assim como Jo, um corpo deslocado.
Nota (0-10): 5
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