Especial: 5 motivos para maratonar Happy Valley

Uma série que durou três enxutas temporadas com seis episódios cada, num intervalo entre 2014 e 2023 — sim, os britânicos sabem como testar a paciência do público.

Pode ser curta, mas Happy Valley também é magistral. O drama policial criado por Sally Wainwright já entrou para a história da televisão como um dos mais bem executados.

O que faz esse trabalho ser tão especial? Abaixo, o Temp listou cinco motivos para você começar a maratonar agora mesmo a série.

1 – Catherine Cawood e sua intérprete, Sarah Lancashire

Nem toda produção depende tanto do sucesso de seu protagonista — um bom exemplo é Orange Is the New Black, no qual as coadjuvantes engoliram Piper (Taylor Schilling). Entretanto, alguns dramas funcionam bem porque temos essa conexão enorme com 0 personagem principal.

Quando está mal, Catherine é capaz de falar coisas que machucam muito quem ela ama. O que é narrativamente maravilhoso, pois estamos diante de uma pessoa humana, falha. É a jornada de uma mulher que faz o melhor possível dentro de suas limitações e dores.

Catherine está no Monte Olimpo de personagens marcantes ao lado de Walter White, bem como Sarah Lancashire deve ser reverenciada assim como Bryan Cranston é. Toda complexidade e mistura de emoções de Catherine foram interpretadas com maestria, tanto que Lancashire venceu o prêmio Bafta pelo papel.

2 – Um drama que é muito mais do que uma simples série investigativa

Quem também levou o Bafta para casa foi Wainwright, por melhor série dramática e melhor roteiro. Esqueça aquelas atrações que ficam jogando pistas falsas durante vários episódios até termos uma reviravolta de último minuto na qual descobrimos que o criminoso é algum coadjuvante qualquer que transitava sem causar grandes impressões.

Happy Valley se preocupa com uma miríada maior de emoções humanas. Diferentes subtramas se entrelaçam em uma história que não precisa de mistérios enganosos para nos prender. Podemos até discutir se o décimo oitavo capítulo encerrou a jornada de maneira satisfatória ou deixou muita coisa em suspenso, mas não a qualidade do texto de modo geral.

3 – Atuação policial crível

Tem policial corrupto, preguiçoso, dedicado e até mesmo assassino. Tem uma visão atrasada da guerra às drogas onde só se enxuga gelo. Tem misoginia. Tem companheirismo. Tem uma visão da polícia que parece mais real e palpável que aquela trazida à tela pelos procedurais norte-americanos.

É de aplaudir como Catherine parece realmente fazer parte da força policial de uma região do interior da Inglaterra.

4 – Vilão marcante

O ator James Norton fez um robusto trabalho com o vilão Tommy Lee Royce, que apareceu durante as três temporadas para apavorar a protagonista e o público.

O mais interessante é que Royce, ainda que desprezível e desumano, ganha mais nuances que o enriquecem.

Ryan (Rhys Connah) sente pena do pai biológico, que estuprou sua falecida mãe. Seria este criminoso fruto da falta de afeto, de uma violência compreendida como amor?

A discussão do mal hereditário permeia toda a série. É interessante como as pessoas reagem com relação ao fruto de violência tão grave e traumatizante.

5 – Tantos outros personagens que serão lembrados

Os grandes destaques são Catherine Cawood e Tommy Lee Royce. Entretanto, isso não quer dizer que não temos demais personagens ótimos.

É incrível ver o crescimento do já mencionado Ryan — que, por sinal, consegue ser bem irritante em alguns momentos.

Também temos a presença constante de Claire (Siobhan Finneran), que não é perfeita, mas nos desperta muita pena ao aguentar algumas agressões verbais da irmã.

Poderia citar alguns mais, como Ann (Charlie Murphy), mas paro com Alison (Susan Lynch). Após tudo que aconteceu no segundo ano da atração, o retorno dela para o último foi o que mais alegrou. Assim como a protagonista, Alison representa de forma perfeita o que Happy Valley é: um coração despedaçado que faz o necessário para seguir em frente.

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