Toby Fleishman (Jesse Eisenberg) é um médico que recém se divorciou de Rachel (Claire Danes). Foram 15 anos de união e eles têm dois filhos jovens. O protagonista de Fleishman Is in Trouble se recente com a ex-esposa e a acusa de só pensar em dinheiro e ser ausente. Será que realmente ela é a vilã e ele, a vítima?
Para Toby desabafar, entram em cena os antigos amigos Seth (Adam Brody) e Libby (Lizzy Caplan), sendo que esta serve como narradora da minissérie criada e escrita por Taffy Brodesser-Akner com base em livro homônimo dela.
Seth, que assim como os outros já está com cerca de 40 anos, ainda é solteiro. Libby, por sua vez, vive uma crise de meia-idade que coloca em perigo o seu casamento com Adam (Josh Radnor).
A produção concentra-se em assuntos mundanos, porém latentes: quando provavelmente já passamos da metade da vida e tudo parece desmoronar enquanto estamos sem propósito; como lidar como uma relação após passarem anos e ambas as pessoas naturalmente não serem mais as mesmas do dia do casamento; a complexidade do mundo que não se resume ao bem contra o mal.
O maior acerto da atração ocorre com o aclamado episódio Me-Time, quando entendemos o que se passa pelo ponto de vista de Rachel. Esse novo olhar sobre o ocorrido não serve para inverter os papéis de mocinho e vilão, mas para embaralhar uma realidade nada simples.
É muito interessante entender o fardo carregado por Rachel, que passou por um caso traumático de violência obstétrica, perversidade ignorada pelo ex-marido. Essa é apenas uma das agressões sofridas. Outra, mais sútil, por exemplo, é o fato de ela ser odiada pelos amigos de Toby, sendo que Adam age com total apatia com relação aos amigos de Libby e não tem o mesmo tratamento. Pelo contrário, Seth e Toby defendem o marido de Libby.
Ao abordar o dia a dia, a minissérie acerta ao construir uma narrativa com nuances. É um trabalho feito para quem almeja reflexões extraordinárias a partir do ordinário.
Nota (0-10): 8
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