Crítica Twisted Metal S1: mal feita, mas divertida

Uma série exemplar costuma unir premissa instigante com execução impecável. É o que esperamos das produções quando começamos a assisti-las. Todavia, esse combo de qualidade é um tanto escasso. Muitas atrações são mais do mesmo com execução pouco inspirada. Algumas são bem feitas, mas mornas. Já Twisted Metal tem muito potencial mal conduzido.

Adaptação de jogo de videogame homônimo, a série desenvolvida por Rhett Reese Paul, Wernick Michael e Jonathan Smith não consegue mergulhar na loucura em cena de forma apropriada.

O material, por si só, é caótico: perseguições de carro que lembram Mad Max em uma realidade pós-apocalíptica em que poucos afortunados vivem bem enquanto a maioria sofre para sobreviver — não tão diferente da nossa realidade.

Todo esse clima inspira uma abordagem voltada para o trash, dada a carnificina e o humor pueril. Até conseguem isso com Sweet Tooth (corpo de Joe Seanoa e voz de Will Arnett). O personagem eleva o material sempre que aparece. Entretanto, os demais núcleos não mantêm a mesma aura insana.

Anthony Mackie é um bom intérprete do protagonista John. O ator tem o carisma necessário para sustentar essa mistura de ação com comédia pastelão. Stephanie Beatriz e sua Quiet, por outro lado, fazem lembrar Michelle Rodriguez e seus trabalhos idênticos.

A grande queda de qualidade, todavia, fica com o roteiro cheio de lugares-comuns e uma direção monótona. As perseguições de carro não animam como deveriam. Tudo bem elas não serem críveis, mas deveriam ser mais doidas e com estilo bem único. Se é para ter tiro, porrada e bomba, abracem o caos.

Mesmo assim, tão fraca, a série diverte — imaginem o quão robusta seria em mãos mais competentes.

Acaba sendo aquele caso de copo meio cheio ou meio vazio, a depender o telespectador. Caso procure algo com o nível de qualidade de The Last of Us, passe longe de Twister Metal. Caso goste do gênero e aguenta tranquilo um roteiro fraco, aperte os cintos e boa viagem.

Nota (0-10): 4

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