A direita brasileira provavelmente tacharia: “vagabundos”. Para ela, a luta por condições dignas de trabalho é coisa de comunista. Entretanto, a greve dos roteiristas e atores norte-americanos está aqui para provar que mesmo na terra do capitalismo a classe trabalhadora deve se unir pelos seus direitos. Se a mesa de negociações privilegia os patrões, nada mais justo que cruzar os braços.
O Temporada, que desde 2016 desenvolve conteúdos sobre produções culturais, declara seu total apoio àqueles que são responsáveis pela existência deste site.
Assim como no futebol, as pessoas olham para a indústria audiovisual e pensam em estrelas milionárias. Nada mais longe da realidade. Sim, temos realizadores que são famosos e muito bem pagos, mas são apenas a ponta mais visível da indústria. Uma multidão ganha tão mal que só sobrevive porque tem um segundo emprego.
Esses profissionais não apenas têm problemas para se manter financeiramente, mas convivem com condições de trabalho muitas vezes longe da ideal. Jornadas exaustivas são uma realidade, bem como diferentes formas de assédio.
Além dos velhos problemas, ainda temos novos. O avanço da inteligência artificial assusta pessoas que podem se tornar obsoletas após treinarem máquinas para escrever ou digitalizarem seus rostos que, assim, poderão ser usados eternamente por empresas que visam o lucro acima de tudo. Nada mais Black Mirror que isso, não é mesmo?
Chefões de Hollywood não têm vergonha alguma de dizer que vão esperar os profissionais em greve ficarem sem dinheiro e perderem suas casas para só assim, com todos os trabalhadores desesperados, voltarem para a mesa de negociações. Esse é o nível de desumanidade com o qual estamos lidando.
O atual momento é de profundas mudanças em nossas sociedades e o Temporada está do lado dos fazedores de cultura. Que a luta dos trabalhadores gere frutos.
(Foto: Genaro Molina | Los Angeles Times)

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