Crítica Ted Lasso S3: campeonato com faltas e gols

O time de futebol AFC Richmond pode até ter sido rebaixado no ano de estreia de Ted Lasso, mas a série com certeza venceu o campeonato pela disputado do coração do público. Foi difícil não se apaixonar pela comédia desenvolvida por Jason Sudeikis, Brendan Hunt, Joe Kelly e Bill Lawrence.

Após estrondoso sucesso fora de campo, chegou uma segunda temporada de papéis invertidos. A equipe até conseguiu voltar para a Premier League. Entretanto, a mágica do vestiário não era bem a mesma.

Assim chegamos ao terceiro ano da série, com 12 episódios turbinados em duração. Fica a pergunta: esta temporada, há tempos encarada como possivelmente a última, seria uma jornada doce, amarga ou agridoce?

Podemos colocar o campeonato mais exitoso do AFC Richmond num meio-termo. Não formidável como no princípio, melhor do que seu passado mais recente.

A série acertou em cheio com a trama da homossexualidade de Colin (Billy Harris), uma construção correta feita durante todo o ano. A revelação no vestiário foi uma das partes mais potentes da atração.

O arco em que Sam (Toheeb Jimoh) responde à primeira-ministra por rede social e acaba tendo seu restaurante vandalizado foi outro momento forte. É impossível não chorar ao ver o resultado bem real após uma interação online em oposição à xenofobia.

A produção também marcou um golaço ao abandonar um Nathan (Nick Mohammed) diabólico; o personagem é querido e voltou aos eixos após um tratamento horrível dado pelo roteiro. O espaço cedido para Trent (James Lance) e seu belo cabelo também agradou.

Por outro lado, tivemos algumas tramas bem frustrantes. Separar Keeley (Juno Temple) e Roy (Brett Goldstein) foi uma delas. Ainda que eu torça muito por romances queer, o namoro lésbico de Keeley nunca empolgou e, apesar do desfecho revelar o quanto bilionários consideram as pessoas descartáveis, a personagem deu um passo para frente e dois para trás.

Romances, por sinal, não são o forte da série. É incompreensível por que ela se negue a juntar Ted (Sudeikis) e Rebecca (Hannah Waddingham). Inclusive riu da cara do público ao iniciar o capítulo So Long, Farewall insinuando que eles pudessem ter dormido juntos — só para nos dar um banho de água fria logo depois.

Ted is a mess, nós sabemos. De certa forma, a atração reflete essa personalidade quase sempre fofa, mas às vezes confusa e triste do protagonista.

Ainda que Ted Lasso tenha tenha acertado algumas bolas na trave, marcou gols suficientes para merecer o vice-campeonato. Se não nos revermos em breve, deixará saudades.

Nota (0-10): 7

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